Como algumas gotinhas de sangue do Teste do Pezinho podem revelar tantas doenças diferentes
O Teste do Pezinho é uma das ferramentas mais eficazes da saúde pública para a detecção precoce de doenças raras, metabólicas, endócrinas, genéticas e imunológicas. Realizado preferencialmente entre o 3º e o 5º dia de vida, o exame utiliza apenas algumas gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê e aplicadas em um papel filtro especial.
Esse papel filtro tem a função de absorver e preservar o sangue seco, permitindo o transporte seguro da amostra para o laboratório, mesmo sem refrigeração. Uma vez no laboratório, essas gotinhas passam por diferentes métodos analíticos, dependendo das doenças que se deseja investigar:
- Técnicas bioquímicas, para medir substâncias como aminoácidos, hormônios ou metabólitos específicos;
- Técnicas imunológicas, para detectar alterações em proteínas e enzimas por meio de reações antígeno-anticorpo;
- Técnicas de biologia molecular, como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que permitem identificar mutações genéticas;
- Espectrometria de massas em tandem (MS/MS), tecnologia que possibilita detectar simultaneamente dezenas de condições metabólicas a partir de uma única análise.
O grande diferencial é que uma única amostra pode ser usada para todos esses testes, tornando a triagem rápida e eficiente. Esse modelo permite a ampliação do número de doenças detectadas sem alterar o processo de coleta, apenas incorporando novos métodos de análise no laboratório.
A detecção precoce, muitas vezes antes do início dos sintomas, possibilita tratamentos imediatos, reduzindo riscos de sequelas e aumentando significativamente a qualidade de vida das crianças diagnosticadas.
Fontes:
CLSI. Blood Collection on Filter Paper for Newborn Screening Programs; Approved Standard – Sixth Edition. CLSI document NBS01-A6, 2013.
Ministério da Saúde. Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal. 2016.