Diretora da SBTEIM participa de discussão na Câmara dos Deputados sobre ampliação de triagem neonatal
A ampliação da triagem neonatal no Brasil foi tema de discussão na Câmara dos Deputados esta semana em Brasília (DF). A diretora da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), Dra. Eliane Santos participou do encontro que também teve as presenças do Dr. Roberto Giugliani, cofundador da Casa dos Raros (Porto Alegre) e do Comitê Científico da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (Febrararas); Kallianna Paula Gameleira, representante da Secretaria de Estado de Saúde do DF; Daniela Mendes, representante do Instituto Jô Clemente (IJC); e Dr. Jose Nélio Januário, diretor do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG, além das representantes do Ministério da Saúde, a Dra. Helena Pimentel e a Dra. Joice Aragão.
Em seu pronunciamento, a diretora da SBTEIM destacou a luta intensa pela ampliação da triagem neonatal no País e o momento desafiador diante das políticas públicas de trabalho nos diversos rincões do Brasil.
“A luta da nossa Sociedade é voltada para o bem das nossas crianças! A história da triagem neonatal é de sucesso, com franca e decisiva atuação na rede materna infantil e na atenção primária”, enfatizou Dra. Eliane.
Em sua apresentação, a diretora da SBTEIM traçou um breve resumo do histórico da triagem neonatal, “no início, a cobertura não passava de 30% com financiamentos apenas para o exame. Em 2001, veio a Portaria 822 e em 2012, entramos na Fase 4 com a inclusão de doenças como a Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) e a Deficiência de Biotinidase”.
No tocante à situação atual, a dirigente da SBTEIM comentou sobre a ausência de dados de estados menores como o Amapá, com custos altos para poucas amostras. O estado do Pará e do Tocantins também foram mencionados com alguns problemas. “A SBTEIM não tem medido esforços para auxiliar os estados com precariedades. Hoje, a cobertura está em 82%, mas o que falta está na saúde suplementar. Temos que realizar como Programa e não apenas como diagnóstico”, defendeu ela.
Entre os problemas apontados nos estados deficitários de triagem neonatal está a idade da primeira consulta, cujos indicadores em algumas regiões não são bons. Além disso, Dra Eliane destacou que a ampliação incluiu a Toxoplasmose Congênita apenas como diagnóstico e não como programa.
A implantação de testes confirmatórios; a criação de um protocolo clínico; a incorporação de terapias no SUS; a melhoria dos indicadores nacionais; a coleta e o transporte; o aprimoramento e a qualificação da rede de atenção básica e a criação de um banco de dados, foram apontados pela diretora da SBTEIM como os próximos desafios para uma triagem neonatal mais assertiva.